Fotos: Secom/Divulgação
O maior cartão-postal de Santa Catarina agora também há de ser o mais seguro. A Ponte Hercílio Luz, símbolo da capital catarinense, acaba de receber um moderno sistema de monitoramento, com câmeras de reconhecimento facial, que vai garantir mais segurança para os motoristas e pedestres que circulam entre a ilha e o continente, além dos milhares de turistas que visitam a “velha senhora” durante o ano inteiro. Mais segurança, sobretudo, para a própria ponte, que já foi alvo de diversos ataques contra a sua estrutura, muitos deles em razão dos furtos de cabos elétricos.
O governador Jorginho Mello, que capitaneou pessoalmente, junto à Secretaria da Segurança Pública (SSP-SC), o projeto de reconhecimento facial que agora começa a ganhar as ruas, reforça que as pessoas precisam se sentir seguras em locais públicos como a Ponte Hercílio Luz. “O trabalhador e o estudante, o turista que chega ali com seu celular para tirar fotos, as famílias que passeiam pelo entorno, essas pessoas precisam sentir que estão seguras e protegidas. Esse sistema de reconhecimento facial já comprovou sua eficiência em diversos locais pelo Estado e vai fazer a diferença no apoio às nossas polícias e demais serviços”, reconheceu o governador.
De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, o conjunto de equipamentos permitirá o monitoramento completo do fluxo de pessoas e veículos, com recursos como reconhecimento facial, análise preditiva de comportamento, leitura automática de placas automotivas e cercamento eletrônico para inibir furtos de fios e outras ações criminosas. As imagens também serão armazenadas para apoio às investigações policiais, outro recurso extremamente relevante para o aprimoramento da atuação das forças de segurança.
“A prioridade é fortalecer a segurança pública para cidadãos e visitantes, porém a finalidade estratégica é múltipla. O sistema de monitoramento contribui para identificar veículos com restrição, proteger o patrimônio e acompanhar o fluxo de turistas e de pedestres, gerando dados para planejamento urbano e ações de segurança. Certamente, outras funcionalidades surgirão ao passo em que o sistema comece a fornecer informações inéditas sobre o movimento diário na estrutura”, explica.
O projeto faz parte da nova política do Sistema Integrado de Videomonitoramento Inteligente (SIVI), proposta pelo governador Jorginho Mello, que visa contemplar os municípios catarinenses com a tecnologia de reconhecimento facial. Graff acrescenta que em breve a ferramenta contará com o compartilhamento de informações do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul, ampliando a identificação de pessoas com restrição judicial nesses Estados.
Capacidade do sistema
Foram instaladas 16 câmeras de modelos variados, todas com alta resolução, boa qualidade e tecnologia embarcada para recepcionar o projeto de reconhecimento facial. Os equipamentos estão distribuídos em pontos estratégicos da estrutura principal da Ponte Hercílio Luz, com duas câmeras posicionadas no alto da torre continental sul e torre insular norte, de forma cruzada. Esses pontos garantem visão panorâmica que, além de cobrir a estrutura da ponte, permite o monitoramento do entorno, incluindo as pistas de rolamento das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo.
Câmeras instaladas no vão central, sobre as pistas de rolamento, trabalharão em sistema de patrulhamento. Outras oito câmeras serão instaladas junto a estrutura dos pilares de sustentação da ponte (duas em cada), cobrindo as proximidades destes pilares e eliminando possíveis pontos cegos de videomonitoramento.
A instalação inclui câmeras termais, câmeras fixas, equipamentos panorâmicos nas cabeceiras, sensores de reconhecimento facial e câmeras LPR voltadas ao monitoramento veicular. Os equipamentos estão conectados ao sistema de videomonitoramento Bem-Te-Vi, da SSP-SC, e serão operados da base de videomonitoramento urbano do 4º Batalhão de Polícia Militar, que mantém o sistema em funcionamento 24 horas por dia.
Cuidados com a estrutura
Um dos destaques tecnológicos utilizados na Ponte Hercílio Luz é a câmera termal, capaz de detectar calor e operar mesmo em baixa luminosidade. O diretor de Tecnologia e Inovação da SSP-SC, Everton Wiezbicki, explica que as câmeras termais permitem identificar a movimentação mesmo no escuro. Outra novidade é a instalação de cornetas para a emissão de aviso sonoro de advertência.
“Se uma pessoa tentar furtar cabos, o sistema dispara um alarme e um aviso sonoro, com a gravação de um policial alertando sobre a invasão. A estratégia contribui para inibir a ação criminosa e chamar a atenção de quem estiver por perto”, destaca.
Serão instaladas duas câmeras térmicas e de sensor de barreira de calor em pontos estratégicos junto ao vão central, além de duas cornetas para emissão de aviso sonoro. O equipamento é configurado para agir quando houver rompimento da barreira demarcada nos sensores dos dispositivos instalados.
Além desses pontos, Everton Wiezbicki relata que foram expandidos mais dois pontos de videomonitoramento sob a estrutura da ponte, sendo um do lado insular, junto ao pilar da Rua Almirante Lamego, e outro no lado continental, cada qual com uma câmera. “Essas câmeras, no vão central e sob a ponte, visam coibir práticas criminosas na estrutura ou em suas proximidades, como o furto de cabos elétricos e o uso de drogas ilícitas”, conclui.
O diretor de Operações Giorgio Duarte, da Secretaria de Infraestrutura (SIE), pasta responsável pela conservação da Ponte Hercílio Luz, está entre os que mais aplaudiram a iniciativa. O órgão comanda os serviços de limpeza, pintura, manutenção das peças metálicas, sinalização e até mesmo a programação da famosa iluminação cênica, por isso conhece bem os riscos que envolvem a estrutura diariamente.
“Pela sua visibilidade, a ponte atrai um público muito diverso e nem sempre bem-intencionado. Isso tem gerado prejuízos financeiros e riscos à segurança das pessoas. A instalação de câmeras com reconhecimento facial é um avanço no sentido de garantir a preservação do patrimônio público”, reconheceu.
Sobre o ProRef
O governador Jorginho Mello autorizou o investimento de R$ 40 milhões no Programa Reconhecimento Facial (ProRef) para atender, inicialmente, 60 municípios catarinenses com mais de 26,5 mil habitantes. Esses municípios concentram 76% da população e registraram 73% dos homicídios computados em 2024. Com esses recursos, está prevista a instalação de 1.000 câmeras com inteligência artificial para reconhecimento facial.
Posteriormente, o sistema contará com a construção de 10 grandes centros de processamento distribuídos pelo Estado, equipados com servidores de alta capacidade e softwares integrados aos sistemas já ativos, como o Bem-Te-Vi. O objetivo é expandir a iniciativa para todo o território catarinense, reforçando a integração tecnológica e a eficiência das ações de segurança pública.
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